terça-feira, 31 de janeiro de 2017

Agora eu quero ir

Como é esse processo em que a gente mergulha na pessoa e no relacionamento e acaba se esquecendo um pouco de si? o Seu eu já não faz mais tanto sentido sem o outro e tudo que você faz o considera, ou lembra. Você faz coisas sozinha, com os amigos, sem ele e é maravilhoso! Mas agora ele tá sempre ali, como uma presença, uma lembrança, parte de algo que você deixou em casa, mas daqui a pouco vai lá reencontrar.

Tá errado isso? Parece que sim, quando você percebe que esse outro não tem a mesma forma de te colocar no dia a dia dele. Quando ele só se lembra de você de manhã e de noite, ou quando não te inclui nos planos dele pra se divertir. Ele está com você, mas só nos "dias certos". É como se existisse um código: nosso momento é final de semana, fora disso, é excepcional a gente se ver e falar. Porque o outro vive este outro relacionamento. Este, supostamente leve, supostamente espontâneo, mas que pra você soa como outro relacionamento.

Você está colocando os carros na frente dos bois, pulando uma etapa, adiantando as coisas. Mas, espera...que etapa? Que coisas? Existe um plano? Eu não sabia... talvez exista, mas eu não fui incluída nele. E aí é como se eu tivesse avançado o sinal e precisasse dar uns passos pra trás, pra poder andar junto. Senão, desanda.

Como é que eu faço?

Este parece um discurso do ego. É do ego eu querer receber do outro o mesmo que eu entrego, querer ser amada da mesma forma como eu amo. Pra ficar em paz, eu deveria apenas sentir o amor como ele é e deixar fluir... mas agora tô confusa. Onde entra a parte do cuidado com o outro e dos esforços para a construção de um relacionamento que cultive aquele amor? Porque relacionamento é de dois, não basta um estar confortável e tranquilo.

Como é que eu concilio isso? Non sei.

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