Quer
dizer então que a gente foi de “você passa e eu paro, você faz eu falo...” para
“Pra quê te espero de braços abertos, se você caminha pra nunca chegar?” e a
gente nem viu né? Aliás, eu vi, você não... “Você diz que é pouco e pouco pra
mim não é bobagem...”. Não, não é. Não sei viver sem paixão. Explico. Não sei
trabalhar sem paixão, entro em crise quando chego no “todo dia ela faz tudo
sempre igual” e não tem mais frio na barriga e encanto nos olhos. Não sei ter
hobbie sem paixão, fico dias sem fazer nada paralelo se não existir nada que me
apaixone. E não sei amar sem paixão... sim, fico um tempo tentando me convencer
de que amor é amor e paixão é paixão. Que uma convivência serena e calma não
implica falta de amor, mas mostra que há compreensão e aceitação. Que é bem
melhor assim do que aquela paixão desvairada, descontrolada, irracional,
doentia. Sim, claro, ÓBVIO, também acho. Mas quem disse que amor sereno, calmo,
compreensivo, respeitoso não pode existir JUNTO com paixão?? Quem disse que
paixão é incompatível com calma e controle?? Pronto, agora acho que você me
entendeu. Paixão pra mim tempera, colore, perfuma. E, é claro, por tudo isso,
não pode ser muita. Não pode nem deve mesmo ser descontrolada. Mas pouca também
não dá. Pouca tinta azul não colore aquela parede que você quer pintar de uma
cor diferente. Tinta nenhuma então?? Nem se fala... preciso mesmo é voltar pro “trago
a minha blusa aberta e uma rosa em botão”, sair logo desse “Chego a mudar de
calçada quando aparece uma flor”, para, enfim, e de novo conhecer o “gosto raro
de amar sem medo de outra desilusão”...
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